Mais de duas mil pessoas, entre pesquisadores, estudantes e agricultores participaram do III Encontro Internacional de Agroecologia realizado em Botucatu, de 31 de julho a 03 de agosto. O tema desta edição foi “Redes para a transição agroecologia na América Latina”.
O evento, realizado pela Faculdade de
Ciências Agronômicas (FCA) da Unesp, Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais (Fepaf) e Instituto Giramundo Mutuando, contou com alguns dos maiores nomes da área, como a ativista indiana Vandana Shiva; Miguel Altieri, pesquisador da Universidade de Berkeley/Califórnia e coordenador da Sociedade Científica Latinoamericana de Agroecologia; Eduardo Sevilla Guzmán, catedrático do Instituto de Sociologia e Estudos Campesinos da Universidade de Córdoba; Victor Manuel Toledo, pesquisador reconhecido no debate mundial sobre agrobiodiversidade e conhecimento popular.
O evento aconteceu no Colégio Santa Marcelina de Botucatu, que em 2012, completou 100 anos de educação e formação. Um local muito bem zelado desde os jardins as instalações internas do colégio.
A extensa programação teve palestras, debates, mais de quarenta oficinas, apresentações artísticas e a Feira de Saberes e Sabores com divulgação de políticas públicas de apoio e incentivo à agricultura familiar, venda de alimentos provenientes da agricultura familiar e orgânica, distribuição de mudas e praça de alimentação. Cerca de 320 trabalhos foram apresentados na forma de pôster.
“A agroecologia é um campo do conhecimento que oferece uma estratégia metodológica para sairmos de um paradigma altamente poluente e excludente do ponto de vista social, para um outro que leva a um desenvolvimento realmente sustentável”, explica a professora Maristela Simões do Carmo, do Departamento de Economia, Sociologia e Tecnologia da FCA. “Esse desenvolvimento é multidimensional, ou seja, não é apenas o aspecto econômico que importa, mas também o social, o cultural, o ético e o político. O evento foi um sucesso, pois conseguiu abarcar discussões sobre todas essas questões”.
Um dos momentos de maior emoção da solenidade foi quando a organização do III EIA homenageou a professora Ana Primavesi, considerada uma das pioneiras da agroecologia no país. Aos 93 anos, a agrônoma austríaca que adotou o Brasil como seu lar em 1949, compareceu ao evento e foi aplaudida em pé pelo público que lotava o Ginásio. Responsável pela formação de pelo menos três gerações de profissionais das ciências agrárias, a professora sempre difundiu o princípio básico de adequar a produção agrícola ao respeito a cada agroecossistema.
Sobre as sementes transgênicas, ela afirmou
“Querem transformar sementes em produtos, quando tudo sempre esteve à disposição dos agricultores. Isso é biopirataria”, explica. “A única razão para isso é permitir que as empresas coletem royalties. Se não conservarmos nossas sementes e pudermos usá-las não teremos alimentos, porque o agronegócio só produz commodities. Comida de verdade deve ter qualidade, deve nutrir, ter sabor e deve permitir que o sistema alimentar se propague”.
Vandana Shiva, ativista da Índia, colocou em sua palestra que preservar as sementes é um dever ecológico, ético e social de todos. “Deveria ser obrigação dos governos cuidar de sua biodiversidade. Temos que colocar toda nossa energia para ficarmos livres desse controle criminoso do sistema alimentar”.
Me senti muito honrada fazer parte, como palestrante, das atividades CARROSSEL DE EXPERIENCIAS, neste encontro internacional, pois pude apresentar o movimento Slow Food, onde sou líder do convivium Grande ABC SP, falei de minhas vivências junto à agroecologia, aos alimentos em perigo de extinção trabalhados em comunidades. O tema central tratava de Segurança Alimentar e Nutricional e Agroecologia, a coordenadora foi Marilda Petrechen do Instituto Floravida/Comsan - e convidados além de Ana Tomazoni - Maria Rosa Guerreiro - Redesan - Maria Rita Oliveira Instituto Biociências/Nutrição UNESP - João Paulo Amaral do IDEC - Prof. Dr. Valdely Ferreira Kinupp -IFAM-CMZL
A dinâmica do carrossel foi interessante pois, quem mudava de sala e de local da palestra eram os palestrantes e não os ouvintes. Falamos na OAB de Botucatu - depois no Cinema de Botucatu e no auditório da APM -Associação de Médicos de Botucatu.
O carrossel teve 12 temas diferentes na dimensão do tema agroecologia.
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